quarta-feira, 6 de julho de 2011

Processadores ARM, o futuro ?

A arquitetura ARM não é exatamente uma novidade, pelo contrário. Criada em 1983, ela está prestes a completar três décadas de existência e vê agora as suas possibilidades ampliadas. Desenvolvida pela inglesa Acorn Computer Limited, foi à época o primeiro processador RISC criado para uso comercial.
Até então, a maioria dos computadores utilizava a arquitetura CISC, com suporte instruções complexas, simultâneas e de execução mais lenta — mas que resultavam em códigos menores, pela simplificação da estrutura de programação decorrente e menos entradas e saídas (diminuindo assim a necessidade de memória).
Os RISC, por outro lado, visam a simplificação dessas instruções, com o intuito de atingir a máxima eficiência por ciclo (podendo realizar tarefas menores com processos mais curtos) e uma maior ordenação das operações dentro do núcleo de processamento.
Por terem um número menor de circuitos internos, os RISC também podem trabalhar com clocks mais altos. Cabe observarmos, no entanto, que as divisões entre estes dois termos estão se tornando cada vez mais nebulosas, uma vez que os processadores modernos já combinam as duas linhas em suas diferentes camadas de hardware.
Hoje, a tecnologia ARM é administrada pela ARM Holdings, que licencia o projeto a grandes empresas (ou governos, como o da China) que queiram desenvolvê-lo em chips próprios. É importante observarmos que mudanças benéficas desenvolvidas por terceiros podem ser incorporadas à arquitetura — ao contrário do que se vê no caso da x86.
Os processadores ARM representam hoje a maioria absoluta em equipamentos portáteis. iPhone, Palm Pre, calculadoras, smartphones e até mesmo alguns notebooks utilizam essa tecnologia para as operações de processamento.

No mercado de computadores, no entanto, ainda persiste a arquitetura x86 com as extensões x64, principalmente por razões de compatibilidade de software. A questão é que o código das duas é binariamente incompatível — o que torna inviável a execução do Windows 7 no ARM, por exemplo, ainda que programas de menor porte possam ser adaptados.
A arquitetura x86 pode ser considerada como de alta complexidade, por apresentar diversos estágios de processamento de dados (como o carregamento de informações, a decodificação, alocação de memória, entre outros) e possuir microcodes, responsáveis pela interpretação das instruções, transformando-as em processos físicos.
Como resultado desse conjunto mencionado acima, o que se tem é o alto desempenho, mas que infelizmente vem acompanhado de um maior consumo de energia e também da necessidade de mais espaço físico, tornando-os completamente incompatíveis com a proposta de aparelhos portáteis.
Assim, a indústria na maioria das vezes prefere abrir mão de potência e desempenho brutos em prol de portabilidade e da maior eficiência dos dispositivos, características que a arquitetura ARM é capaz de proporcionar com melhores resultados. É por isso, por exemplo, que recursos como multitarefa, demoraram um pouco mais a aparecer nos smartphones, assim como a evolução gráfica dos games também é inferior ao que os desktops e notebooks são capazes de exibir.

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